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O cientista social Heitor Frúgoli Jr. avalia neste livro o trabalho (e os resultados deste trabalho) de três associações, compostas e sustentadas principalmente por setores do empresariado empenhados em alterar a cara da cidade de São Paulo, ou pelo menos do local em que eles se situam. Dotado de distanciamento crítico, Frúgoli apura como se dão esses processos de mudança do desenho urbano, quais são os grupos sociais beneficiados e excluídos por eles e quais os relacionamentos de pressão e looby dessas três entidades junto ao poder público. Frúgoli disseca o trabalho das associações Viva o Centro (empenhada na revitalização do Centro Velho da cidade e a mais transparente das entidades estudadas), Paulista Viva (também empenhada na promoção de alterações da região da Avenida Paulista) e Associação de Promoção Habitacional (dedicada à viabilização de empreendimentos imobiliários na região da Marginal Pinheiros e da avenida Luíz Carlos Berrini) ao longo de três gestões municipais (Luíza Erundina, Paulo Maluf e Celso Pitta). Enfoca questões como a intolerância de entidades com relação a alguns integrantes da fauna urbana, como os camelôs ou o tráfego de ônibus, e suas opções pela exclusão territorial de classes mais populares. O caso mais emblemático dessa ideologia de exclusão seria o da Associação de Promoção Habitacional, que representa o caso "mais flagrante de apoio a uma ação, por parte do poder público, com práticas irregulares, que resultaram na expulsão de milhares de favelados". Essa expulsão de favelados foi feita pela Prefeitura em local de grande especulação imobiliária, com recursos doados pela própria Associação, composta por empresas do ramo imobiliário com grande interesse naquela remoção. O autor nota ainda que há, em níveis e por motivos diferentes, uma distância entre as intenções declaradas das entidades (embelezamento urbano, melhoria habitacional a moradores pobres etc) e o resultado de suas práticas, com ou sem o auxílio do poder público, alertando assim contra algumas tendências que apontam para o declínio da vida pública e para a fragmentação do espaço urbano na maior metrópole brasileira. Título: Centralidade em São Paulo - Trajetórias, conflitos e negociações
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