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Regras, mas sem cinismo ético

 
 

Ética tornou-se assunto da moda. Até a Câmara dos Deputados, agora dotada de um presidente com gosto pelo marketing, tem falado em votar neste segundo semestre um "pacote ético" de projetos, sem se dar conta que essa classificação deixa sob suspeita os projetos excluídos desse "pacote", ou seja, o trabalho rotineiro dos deputados. Mas quando o jornalista Heródoto Barbeiro, gerente de jornalismo do Sistema Globo de Rádio, junta-se a Paulo Rodolfo de Lima, editor da Rádio CBN em São Paulo, para escreverem um manual de radiojornalismo utilizando a ética como um dos motes, merecem atenção maior que aquela dada às ondas do marketing.

Logo na primeira página do livro Manual de Radiojornalismo - Produção, Ética e Internet, vê-se uma referência escancarada a um tema incomum na mídia eletrônica: a negociata que no final dos anos 80 deu um ano a mais de mandato ao então presidente José Sarney em troca da distribuição entre deputados e senadores de concessões de canais de televisão e emissoras de rádio. Os autores pretendem ver reduzida a imagem negativa que esse escândalo imprimiu à mídia eletrônica. E chegaram a convidar para os comentários de contracapa Alberto Dines, idealizador do Observatório da Imprensa, dublê de portal na internet e programa de TV que repensa semanalmente a ética nas mídias. Embora ocupe logo as primeiras páginas do livro, o tema "ética" retorna depois, em meio a regras sobre frases duvidosas e a pronúncia correta de palavras (fica-se sabendo, por exemplo, que a pronúncia correta da palavra "circuito" acentua a letra u e não a i). Não devemos esquecer: trata-se de um manual, com direito a lista de palavras evitáveis e procedimentos sobre como escrever para locução de rádio. Não falta a imposição professoral de condutas, e talvez não pudesse ser de outra forma.

Apesar disso, os autores resistiram ao cinismo ético que já se viu em manuais de redação. Reconhecem para começo de conversa que "a imparcialidade não existe. É utópica. O jornalista (...) toma sempre partido, de uma forma ou de outra, nas notícias que divulga ou comenta". Sobra o que? A busca pela "isenção", dizem os autores. Que também propõem, num tom bem menos formal que os manuais de redação e por isso mais apetitoso, a discussão de temas que causam calafrios em muitos profissionais da informação. Por exemplo, a credibilidade de algum jornalista que faça comerciais ou que acumule seu trabalho na redação com outro serviço público ou privado.

Esse livro não tem a riqueza de informações que se vê nos manuais de redação, feitos principalmente para a consulta rotineira, nem a organização enciclopédica deles. Mas por ter sido uma produção independente desta ou daquela redação, talvez inaugure uma nova geração compêndios para jornalistas, em que até desvios éticos dos patrões entram em debate. Junte-se a isso o fato de dedicar-se a radiojornalistas, uma categoria extremamente formadora de opiniões mas que costuma ser deixada de lado pela literatura especializada.

(Fábio Sanchez)

Título:Manual de Radiojornalismo - Produção, Ética e Internet
Autores::Heródoto Barbeiro e Paulo Rodolfo de Lima
EditoraCampus
185 páginas

 

 

 
 

 

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